A Câmara Municipal de Esposende comprou há cerca de seis anos, por mais de seiscentos mil euros, um terreno em Esposende para construir um chamado “Centro de Negócios”.

Para além de ter sido um preço elevadíssimo por um terreno com diminuta área para construir, atendendo aos afastamentos legais, desde há seis anos que o terreno só serve para crescer vegetação e para instalar os
circos que visitam Esposende.

Entretanto vai fazer três anos em janeiro que a Câmara arrendou a parte superior de um prédio sito no Largo Rodrigues Sampaio, em Esposende, propriedade do pai daquele que veio a ser candidato nesse mesmo ano à União de Freguesias de Palmeira de Faro e Curvos, da qual veio a ser eleito presidente pelo PSD.

O referido prédio foi arrendado pela excessiva renda de €5.000 por mês, tendo sido no início do ano de 2018 a referida renda atualizada para €5.500 mensais.

Desde janeiro de 2017 até agora, ou seja, durante quase três anos, o arrendado mantém-se sem utilização, apesar de pagas rendas ao proprietário no valor de dezenas de milhar de euros.

Sucede que há poucas semanas a Câmara iniciou obras no prédio arrendado, colocando uma placa informativa com o título: “Plano de Investimento nas Freguesias”, “Centro de Negócios de Esposende”, “Dono da Obra Município de Esposende”, Prazo de Execução 107 dias”, Valor de Adjudicação 218.887,58€”, “Obra a Cargo de Avanis, Lda”.

Perante aquela Placa Informativa da Câmara Municipal importa referir o seguinte:
Em primeiro lugar é falso dizer que aquela obra tenha alguma coisa a ver com um “Plano de Investimentos nas Freguesias”.

Em segundo lugar, não se entende como pode a Câmara estar a gastar 218.887,58 euros num prédio arrendado, cujo dono deve estar a “esfregar as mãos de contente”, não só por receber um renda elevadíssima pelos pisos superiores de um prédio, como ver a Câmara a efetuar benfeitorias no mesmo em valores que davam para construir uma casa
nova.

Em terceiro lugar, é incompreensível que a Câmara esteja a suportar obras exteriores num prédio arrendado, quando tais obras são da responsabilidade legal dos senhorios.

O Centro de Negócios de Esposende, que nunca foi esclarecido à população em que consiste e que já consumiu aos cofres do Município cerca de um milhão de euros, tornou-se um “negócio” ruinoso para Esposende, apenas alguns, que facilmente se percebe quem são, têm lucrado com o “Centro de Negócios”.

O PS de Esposende repudia o esbanjar de dinheiro público por parte da maioria do PSD e do senhor presidente da Câmara que “desgovernam” o Município, os mesmos que são tão céleres a recusar apoios e investimentos
nas freguesias alegando falta de verbas.

Dinheiro não falta à Câmara para “Negócios”, como o do terreno que era para o “Centro”, e que agora é para o Circo, ou como o do prédio arrendado há cerca de três anos “às moscas”.

Há proprietários de terrenos e senhorios com muita sorte!

Infelizmente os munícipes, em geral, não têm a mesma sorte.

Esposende, 16 de outubro de 2019.

O presidente da Comissão Política.
Tito Evangelista.

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