A Secção de Esposende do Partido Socialista vem manifestar a sua discordância com a obra de construção de um canal intercetor envolvente à cidade de Esposende cuja obra se iniciou há um mês, vindo a ser hoje colocada a “primeira pedra”.

Na verdade, trata-se de uma obra a afetar quase duas centenas de prédios agrícolas que vai recolher as águas provenientes de múltiplas linhas de água que atualmente desaguam em vários locais, ao longo de mais de três quilómetros, no Rio Cávado e no Oceano Atlântico, e concentrar em dois únicos pontos os locais onde toda essa água irá desaguar.

A obra realizada com a cumplicidade da Agência Portuguesa do Ambiente custa milhões de euros, não foi devidamente estudada quanto aos seus efeitos em períodos de maior pluviosidade, não foi efectuado nenhum estudo de impacte ambiental, nem foi efetuada qualquer discussão pública sobre a mesma, e daí as nossas dúvidas quanto à sua pertinência.

Gostaríamos que a Câmara Municipal estivesse mais preocupada com o arranjo da Barra do Cávado e o desassoreamento do Rio Cávado, permitindo a navegação constante e segura, o desenvolvimento da pesca, do turismo, e de atividades de lazer e desportivas no Rio Cávado.

Vemos, assim, a Câmara do PSD a desperdiçar recursos numa obra altamente questionável e sem se avaliarem os seus efeitos ambientais, invertendo prioridades, deixando, mais uma vez, que as grandes obras estruturais para o concelho – arranjo da Barra e desassoreamento do Rio desde a ponte da A28 sobre o Cávado e a Foz- fiquem por fazer!

Enquanto Esposende não tiver uma Barra condigna e um Rio desassoreado, pelo menos no troço referido, tudo o resto é de menor importância em termos de desenvolvimento estrutural.

Esposende, 22 de julho de 2019.

O Presidente da CPC de Esposende do PS.

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